terça-feira, 1 de dezembro de 2009

A Velocidade da Vida

Ivone Gomes

Maria sentou-se em frente ao computador ligou o aparelho e em alguns segundos já estava navegando pelo mundo virtual, enquanto lia as notícias, começou a se lembrar de quando era criança.
Ela nasceu na época em que a comunicação a distância era feita através de cartas. Quando alguém queria dar notícias a um parente distante escrevia uma carta e, após algumas semanas, recebia a resposta, às vezes, mandavam notícias de uma pessoa que estava doente, porém quando o destinatário recebia a correspondência o ente querido já estava enterrado.
Hoje, a dor e a alegria chegam de maneira mais rápida, o mundo caminha mais rápido, as crianças perdem a inocência mais cedo, as informações caem como raios sobre as nossas cabeças. Na velocidade da vida, quem não consegue acompanhar os avanços vai sendo atropelado e deixado para trás.
Maria estava diante do mundo, diante das notícias de violência, catástrofes, acidentes... Pensando como a ciência evoluiu e continua evoluindo. O que ontem era tecnologia de ponta, hoje é produto obsoleto. Em sua mente, surgiram várias questões: “Porque será que o ser humano continua matando seus semelhantes, como Caim fez com Abel?” De lá pra cá, tantas coisas mudaram... Por que apesar de tantos avanços o amor e a paciência tornaram-se sentimentos obsoletos em relação à pressa, à urgência de chegar, e ao desejo de poder? Cada um com seu carro, pois o transporte público é ineficiente, as ruas não têm mais espaço, os nervos estão à flor da pele. Como nos joguinhos de computador, o vencedor é aquele que destrói tudo o que o impede de chegar mais rápido ao seu objetivo. Dessa forma, as pessoas convivem com o seu semelhante: "quem pode mais chora menos".
Nesse momento, Maria desejou, no fundo do seu coração, que os cientistas inventassem um aparelho de bons sentimentos (já que a tecnologia é tão respeitada) para que, ao simples toque de um botão, o ser humano pensasse em seu próximo com mais amor e respeito. Assim,  mesmo que as notícias chegassem rápido, elas causariam menos dor.

Sobre a autora:



Sou professora de Língua Portuguesa e Inglesa. Trabalho na Escola Estadual Jorge Calil. Gosto muito de poesias, crônicas, músicas.

3 comentários:

  1. Realmente Ivone o amor ao próximo está como alguns animais: quase em extinção.Não podemos perder a esperança.Até mais.

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  2. Ivone, ainda hoje eu comentava com meus alunos sobre carta, cartão de natal e hoje é tudo pelo computador.bjos. rosangela cassela

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  3. Hoje nós vivemos num mundo de tecnologia e cada vez mais temos que nos evoluir, mas tempo bom era o tempo das cartas, por isso era melhor, porque demora saber as noticias e hoje não é tudo evoluido...

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