quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Perfume interdita pista por duas horas

Rita de Cássia Vaz de Lima



Na manhã de ontem, um frasco de perfume parou o trânsito de São Paulo.
Um homem notou um objeto no vão de um poste e avisou a polícia. Com suspeita de que se tratava de um atentado, em poucos minutos parte do local foi isolada, causando lentidão atípica na cidade.
A equipe da CET foi para o local organizar desvios de rota, os bombeiros prontos, a tropa de choque, sem comentários. O delegado do 13º DP chegou com um amigo, enfim já havia quinze homens, e uma hora de auê no trânsito, quando o GATE chegou.
Um agente do GATE, todo paramentado com roupa e capacete especial à prova de bomba, recolheu a suposta granada. Depois de fotografar o objeto, notou que havia um spray em sua ponta.
Ufa! Fim do sufoco.
O objeto foi levado para o 13º DP para averiguação, e em seguida para o Instituto de Criminalística para uma análise mais detalhada.
Com aroma cítrico e amadeirado, o perfume francês Arsenal Black, com seu frasco em formato de granada, tem “presença impactante”, segundo a propaganda de seu importador da marca no Brasil. Foi uma boa propaganda, né?
O delegado relatou que “vendo de longe não parecia mesmo uma granada, mas a polícia não pode ficar inerte, o isolamento é necessário, até que tudo seja esclarecido”.
O GATE não concede entrevistas sobre suas operações com explosivos para não incentivar ações semelhantes, mas “todos saíram muito perfumados da delegacia”.
Por enquanto, pouco se sabe sobre os suspeitos. De olho na oportunidade gerada pela repercussão do caso, o importador deu pistas sobre usuários da fragrância: o perfume é consumido por “homens de caráter forte e criativo”, interessados em “marcar momentos e pessoas”. Rarará!


Crônica elaborada com base na notícia: “O dia em que um perfume parou o trânsito” publicada na Folha de São Paulo, p. C4 Cotidiano, 28/08/2009. Daniel Bergamasco/da reportagem local.
Quer saber mais? Clique no título da Crônica (ou copie e cole a URL em seu navegador da Internet: http://iemeclipping.wordpress.com/2009/08/28/o-dia-em-que-um-perfume-parou-o-transito/)



Sobre a autora:
Rita de Cássia Vaz de Lima, nasceu em Americana, graduada em Pedagogia e Letras. É Professora da rede estadual de ensino.

2 comentários:

  1. Ótima crônica. Você só poderia ter deixado uma crítica maior com relação a polícia, pois quando temos casos sérios, não tratam com tanta seriedade.

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  2. Parece que a importadora encontrou um jeito de fazer uma grande divulgação do perfume sem precisar gastar dinheiro; e, ainda por cima, contou com a ajuda policial. Será que "homens de caráter FORTE" quer dizer homens explosivos? Rsrsrs...

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