terça-feira, 29 de setembro de 2009

Saúde Masculina

Maria Dourado

As mulheres, sempre muito preocupadas, têm o hábito de cuidar da própria saúde. São elas, também, responsáveis pela ida dos homens ao médico. Enquanto estes se acham fortões, poderosos e pensam que nunca se curvarão diante de um médico, só vão a uma consulta sob pressão das esposas.
A festa estava animada, crianças correndo por todo lado, homens tomando cerveja, mulheres tagarelando alegremente.
_ Ontem fui ao médico levar meu marido. Ele teve uma crise de hérnia abdominal.
_ Ele foi ao médico?
_Sim, resmungando, mais foi. O médico disse era caso de cirurgia.
_ Há algum tempo eu vinha observando aquelas expressões: caretas variadas e a mão sempre apertando abaixo da barriga. Eu reprovava aqueles gestos um tanto estranhos e comprometedores. Mal sabia eu que, disfarçadamente, ele tentava colocar sua hérnia para dentro. Quanto sofrimento, quanta angústia devia sentir. Só porque é homem.
Mas homem é forte! Nunca adoece... Consegue esconder, até da própria esposa, sua falta de saúde.
_ No próximo mês será submetido à cirurgia.
E, finalmente, chega o dia. Na preparação, não se esquece de colocar na sacola com seus pertences, um amuleto para rezar e afugentar seu medo. No hospital, a enfermeira vai buscá-lo para a famosa preparação pré-operatória. Retorcendo-se de vergonha, despe-se e, mal acomodado, não sabe onde colocar as mãos. Faltam-lhe os bolsos, o chão.
Chega o médico. Que alívio!
_ Olá, rapaz, está animado? Vamos lá?
_ Vamos... Diminuído e chocho quase desaparecendo em si mesmo.
Mas, enfim, tudo correu bem, e nem foi tão difícil assim. De volta para casa recebe aquelas inconvenientes visitas querendo saber tudo e, ele, ali, na sua pose de macho, prefere não emitir comentários.



Crônica escrita com base na leitura do artigo “Homens vão ao médico sob pressão” publicado em O Liberal, de 09-09-2009, Suplemento Saúde p.4.
Quer saber mais? Clique na imagem à direita.

Sobre a autora:


Maria Aparecida Rodrigues Dourado nasceu em Magda, no estado de São Paulo, em 1955.
Estudou na EEPSG DE MAGDA-SP até o segundo grau. Cursou o Magistério no Colégio Lázaro Silva em Auriflama-SP. Graduou-se na Universidade Estadual Paulista “Júlio Mesquita Filho”-UNESP, Rio Claro-SP. É Professora do Ensino Fundamental no Estado desde 1988. Efetivou-se no ano de 1993. Atualmente trabalha com uma 2ª série (é professora de seu neto) na EE Prof. Antonio Matarazzo, em Santa Bárbara d’Oeste-SP .
É apaixonada por Rafael e Thalita, seus lindos netos.

11 comentários:

  1. PARABÉNS , FLOR!!! A SUA CRÔNICA ESTÁ ÓTIMA, ESPERO QUE VC CONTINUE ESCREVENDO, POIS É MUITO DIVERTIDO LER. BEIJOS PRI.

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  2. Os homem querem se mostrar fortes diante de uma doença,mais na realidade são mais frágeis que as mulheres...ótima crônica

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  3. Ótima crônica. Retrata bem quem é o sexo forte. Só se for nos músculos.

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  4. Mãe, sou sua Fã! Parabéns!!!! Eu também sou apaixonada pelos seus netos e por você!

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  5. Dizem que mulher é sexo frágil mas o homem é que morre de medo de médico.

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  6. Lindos netos! Ótima crõnica! Continue cronicando, sempre!

    Lu e Equipe

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  7. AMIGA, HOMEM SEMPRE PRESCISA DE AJUDA FEMININA,ISTO FAZ PARTE DO SEU COTIDIANO.

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  8. Maria, esse tema realmente faz parte do cotidiano (feminino). Quem nunca teve que insistir em marcar uma consulta para o tal sexo forte?!
    Parabéns pela crônica.

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  9. Isabel.
    ADOREI SUA CRONICA,TENHO UM EM CASA, IR AO MEDICO SO EM ULTIMO CASO.E OLHE LA.

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  10. Oie,
    Gostei muito da sua cronica. Retrata muito bem a realidade masculina. Meu marido é igual, só vai ao médico quando nao aguenta mais.
    Bjs

    Lucimar

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