segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

As provações por que passamos

Carmen Cecília Groth

Quantas vezes não tivemos que provar e aprovar tantas coisas e pessoas. E muitas vezes, você tenta ser aprovado, faz o teste, não prova nada e, portanto, não passa. Com a namorada, a esposa, sempre temos que provar alguma coisa. Provar que ainda a amamos, que lembramos da data do aniversário dela, onde foi o primeiro beijo ou como foi. Às vezes, faz tanto tempo que não nos lembramos mais. E quem disse que isto é desculpa? Não provou que se lembra, vai dormir na casinha do cachorro, ficar de quarentena, até provar que não a esqueceu. Lapsos de memória... Nem pensar!

Quantos motoristas ao tirar a carteira de habiitação, na prova teórica/prática são reprovados... Sabem dirigir, mas na hora H, o nervosismo; praga de vizinho; uma briga na noite anterior... São tantas as coisas que nos levam a errar algo que nos é tão comum no dia a dia.

Na escola, então, nem se fala. Tantas provas! Provas que são agendadas - ENEM - e "vazam". Na tentativa de uma desculpa, coloca-se a prova na internet para servir de simulado para o aluno e marca-se outra data para a realização da dita cuja... E a prova do SARESP, na véspera da prova, somos avisados que a prova não chegou... Do outro lado o aluno questiona: “Para que esta prova?”, “ Sou obrigado a fazer?” , “Se não a fizer serei punido?” Enquanto, nós, professores, ficamos sem resposta.

Não bastasse estas provas, chegou mais uma a “Prova Brasil”! E nós nem fizemos o ENEM ainda...

No início do ano, disseram-nos que a avaliação deve ser diária, diagnóstica... Por que, então, tantas provas? O que nos querem provar e para quê?

Quanto a nós, por que estamos sempre sendo postos à prova?

Até uma peça do vestuário, quando compramos, é preciso provar. Caso contrário, podemos não aprovar a compra.

Sobre a autora:

Carmen Cecília Groth é professora de Português e Inglês. Leciona há 20 anos.Tem uma filha casada. Trabalhou em duas escolas em Santa Bárbara D'oeste, onde mora e leciona nos períodos manhã e noite na Escola Ulisses de Oliveira Valente.
 “Gosto muito do que faço me considero valente também. Na escola procuro sempre auxiliar ao invés de questionar.”


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