terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Será que mudar os papéis resolve?

Ivo Rogério da Silva

Educadores saem em visita aos alunos para conhecer sua realidade domiciliar. Projeto pioneiro da Secretaria de Educação o Programa de Interação Família –Escola: conhecer para aprender, implantado este ano quer alem das Emefs atingir os alunos de ensino infantil e aprimorar cada vez mais esta busca pelo novo, as mudanças são para melhorar.

Estamos caminhando para um momento diferente na educação, programas de prefeituras invadem o sentido do conhecimento e se misturam com o assistencialismo. Basta de protecionismo barato e de falsificar o conhecimento, deixem o professor fazer o que mais lhe pertence: buscar e levar o saber.

Queremos tanto inovar, que acabamos exagerando nas doses e confundindo funções. Bons tempos eram aqueles em que o professor era a figura representada pelo saber, dedicava sua vida para estar lá, diante daquele que vinha buscar o saber. Mas o tempo passou e a sociedade perdeu o que mais tem de rico: o respeito. E, em nome de uma pseudo liberdade, coloca em xeque a dedicação e a vida, em busca do desconhecido, daqueles que se propõem a levar o saber. Saber que deteriorado com tantas invenções e funções, nos permite questionar: “onde está o saber?”

Vamos dar uma cara nova ao saber, valorizando e personificando cada vez mais o papel daqueles que estão para o saber. Deixe desabrochar a coruja que esta no interior desta figura insubstituível que é o professor. Deixemos sim que os sociólogos, assistentes sociais, façam este trabalho e levem, sim, as famílias a se encontrarem e buscarem também o conhecimento que falta para uma vida mais digna e salutar.

Deixemos este protecionismo de lado e nos abramos ao conhecimento profundo do ser, do desvendar os mistérios do outro e de nós mesmos. Os nossos pais e alunos merecem este retorno ao saber.


Sobre o Autor:


Ivo Rogério da Silva é Professor de Filosofia da Rede Pública do Estado de São Paulo, formado em Filosofia pela UNICLAR, Teologia pela PUC do Paraná e Pedagogia pela FIA de Amparo. Escreve para o Jornal "O Liberal" toda semana em seus mais diversos temas e artigos ilustrando assim nossa cultura e escrita.

9 comentários:

  1. É isso ai colega. Vamos acreditar no melhor para a educação...

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  2. Texto do Ivo,HUUUMMMMMM. Muito profundo. Parabéns colega pela crônica.Até mais.

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  3. gostaria de ver o contrario, os pais mais dentro das escola, mas a realidade é essa, parabens!!!

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  4. Em primeiro lugar,osaber está diante de nós e q deve ser lapidado.Porém o que não estamos conseguindo é fazè-lo .Sabe porque?É que não temos condições ,salas super lotadas,clientela quase que globalizada, incultamente ,sem lares alicersados ,crianças pré- maturas,vivendo com a ausência dos pais, não conseguindo traçar objetivos na vida escolar.É preciso sim repensar ,mas acho que não seja esse o caminho .O tradicional ,acredito que seria o retorno perfeito .

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  5. É Ivo, temos tantos papéis, enquanto professor, que já não sabemos mais qual é realmente o nosso papel. Acredito que seja realmente de estar junmto ao aluno e familiares, ter conhecimento de seus saberes e dividirmos as diferentes culturas, crescendo assim junto com nossos alunos.
    Abraço,
    Carmen

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  6. Penso que a função primeira do professor não deve ser esquecida pela sociedade, pela comunidade escolar e muito menos pelos próprios professores, ao contrário, a Educação em nosso país estará fadada ao fracasso contínuo.

    Daniele Granzotto

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  7. IVO, isso seria muito bom se o professor fosse mais valorizado,prestigiado, reconhecido. Porém, patrão, midía, realidade,falsas ideologias tiram tudo isso dos professores. Esses que vc. relatam em sua crônica são verdadeiros protagonistas.

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  8. Hummmmmmmmmm,o texto esta bem escrito gostei da forma com vc encaminhou o assunto.
    Sabe Ivo,defino nossa profissão como água para a sobrevivência humana,deveria estar clara limpida e doce.
    Como é mesmo que está a maioria dos rios que conhecemos?
    bjs laura

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  9. Quando falo que nossa profissão está como os rios poluidos ,não falo que somos nós os educadores que estamos fazendo isso e sim o nosso patrão ,a midia como diz o Sergio.
    Nos,nós educadores estamos ficando doentes como nossos rios.

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