quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Gripe E-xagerada

Aparecida Elizabete Garcia Rubira de Oliveira

Pronto, chegou a gripe suína, a nova doença da moda. Chega a ser estranho o tamanho da atenção dos governos e da mídia sobre ela. Para mim, passa despercebida, há uma grande jogada de marketing por cima disso.

Governos do mundo todo investiram pesado no combate à doença. Aquisição de kits de diagnóstico, remédios e com a veiculação de propagandas no horário nobre, alertando sobre os riscos da doença. Não que a gripe ‘A’ não seja algo com que se deva preocupar. Longe disso. Para mim, há que se combater, sim, mas como toda e qualquer doença. Todo esse esforço das nações parece exagerado. Desde que a doença alastrou-se pelo mundo, matou menos do que muitas outras doenças, que continuam a matar milhares de pessoas todo ano.

Mas, enfim, qual seria a grande vantagem nisso tudo? Simples. Ao contrário de outras doenças, a gripe ‘A’ é uma “novidade” aos olhos de muitos. Especialmente da mídia, chamando-lhe a atenção, de modo que começou a tratá-la como se todas as outras doenças do mundo tivessem desaparecido ou se unido, para tornarem-se uma poderosa gripe. Não se contesta a mídia. Ninguém mais quer saber de malária: é coisa do passado. Desnutrição? Assunto pra África. O que se esperava era algo mais silencioso. Assim, o alarde seria mais garantido. Afinal, teme-se aquilo que não se vê. Com a bomba lançada, só faltava o impacto, e esse chegou na forma do caos, instalando-se na população que, rapidamente, começou a ignorar tudo e somente a pensar em como prevenir-se dessa nova gripe.

Instalado o período caótico (pelos meios de comunicação), era a hora dos nossos governantes agirem. Kits da OMS, propagandas, Tamiflu. Tudo isso para demonstrar através da televisão, que o governo estava cuidando da nossa população.
Não é de se contestar que o governo fez uma boa campanha publicitária usando do foco exagerado da mídia para se promover. Tamiflu não é a cura da AIDS, da Malária, da Desnutrição e de outras dezenas de doenças de tempos remotos que ainda matam brasileiros, em diversas partes do país.

Passam-se os dias e, cada vez menos, ouve-se falar dessa doença. Assim, que deixar de ser veiculada, não será de se estranhar que várias coisas acontecerão: dentre elas, o governo parar com os gastos absurdos em virtude da tal gripe, ou, ainda, o aumento da doença. Ninguém mais vai se preocupar com ela...

Cônica elaborada com base na notícia “Gripe A – A primeira pandemia televisionada”, publicada no UOL em 09/09/2009.
Quer saber mais? Clique no título dessa crônica (ou copie e cole a URL, abaixo, no seu navegador de Internet).
http://noticias.bol.uol.com.br/internacional/2009/09/09/ult580u3919.jhtm

Sobre a autora:


Aparecida Elizabete Garcia Rubira de Oliveira: (Nova Europa, 05/08/1956) Casada, dois filhos. Professora desde 1978, com formação universitária em Pedagogia e Química. Efetiva como Professor de Educação Básica I desde 1981. Atualmente encontra-se readaptada no cargo, na E.E. Prof. Wilson Camargo em Americana.

3 comentários:

  1. Com certeza Betty, existe um exagero por parte da mídia com relação a gripe A. É claro, que devemos tomar cuidado,mas sem paranóia.
    Bjs

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  2. Sua crônica está excelente, e a crítica ótima, mas acredito que teríamos que não deixar cair no esquecimento o cuidado que devemos ter com todas as doenças. Só de ver nos noticiários, não temos noção de quanto elas são perigosas e como podem em algum momento nos afetar.

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  3. Bom dia!!!! Com certeza a mídia vem exagerando muito. Bjs Sheila

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