domingo, 13 de setembro de 2009

O azul que revoluciona

Ah! Quem disse que o capitalismo ficaria somente no alto consumo de bens materiais duráveis, metalizados, plastificados, texturizados... e assim por diante.
Hoje, a validade, seja de seis ou, do seu concorrente brasileiro, de trinta e seis horas, são suficientes absolutos para enrijecer a alegria de homens e mulheres, ávidos pelos prazeres que foram se esvaindo com o passar dos tempos. Ah! A juventude!
No dia do seu lançamento, há mais de dez anos, receituários se espalharam por todos os cantos – o milagre parecia dar asas aos homens para voarem além do horizonte. Pudera! Quem, no estado de algumas décadas vividas, não queria livrar-se de certos incômodos e, diga-se, até de constrangedores acessórios para ir a cama acompanhado?!
Que miséria, basta um gole d’água e dois quartos de hora para emplacar...
E, não pensem vocês que essa incrível providência não tem os que são contrários. Mulheres, um pouco cansadas para acompanhar seus homens rejuvenecidos batem o pé! E o medo das peles aveludadas como um pêssego, com tudo nos devidos lugares, sem ainda não terem sentido a ação da gravidade, que para o centro do mundo, tudo puxa!
E, ainda para ajudar, sabe-se que falar livremente nos consultórios da fragilidade potência, auxilia no diagnóstico de outros problemas que, em muito, comprometeriam o desfrute desses renovados prazeres.
Mas, esperem pra ver...
Na concorrência para suprir a máscula virilidade versus curar a tímida frigidez feminina, novas e revolucionárias químicas irão aparecer para incrementar esse capitalismo afrodisíaco e ser mais uma etapa na história da sexualidade humana.

Autora: Maria da Conceição Falcade Bassan Forti é professora de Ciências na EE.Dilecta Ceneviva Martinelli, em Americana.


Crônica elaborada a partir do artigo da Revista Veja, edição 2052, ano 41, nº 11, página 94, de 19 de março de 2008 – Editora Abril.

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