domingo, 20 de setembro de 2009

O FILHINHO DA MAMÃE

Ângela Maria de Oliveira Boreli

Hoje, como faço toda manhã, fui dar uma volta no calçadão. Fiquei abismado com todas aquelas senhoras com seus cachorrinhos de estimação. Cachorrinhos não, melhor filhinhos, porque quando passei próximo de uma delas eu ouvi:”vem com a mamãe”. O cachorro parecia entender, balançava a calda e agradecia os carinhos.
Não que eu já não tenha visto essa cena antes, mas hoje... está demais. Continuei minha caminhada e a cada trecho encontrava os “filhinhos com suas mamães”. Logo adiante, quando parei para tomar um suco em um quiosque de toldo amarelado pelo tempo, apareceu uma criança de rua pedindo-me algo para comer. Mais do que depressa eu dei e a criança foi embora.
Olhei aquela cena e fiquei pensando: tanta criança órfã precisando de um lar e as pessoas ao invés de adotá-las, adotam cachorros.
Bom, pelo menos em minha casa isso ainda não aconteceu... pelo menos eu acho. Bem que minha mãe anda com umas idéias estranhas. Falando de pegar um cachorro, porque está muito só, dizendo que eu não fico muito com ela, essas coisas da idade.
Agora, vou para casa. Está na hora de ir trabalhar e “trabalhar pra cachorro”.
O dia foi terrível. Cheguei em casa muito cansado e fui tomar um banho. Quando estava me enxugando escutei uma conversa que vinha lá da sala: “Oh! Que lindo, o filhinho da mamãe!” Epa! Fiquei pensando: quem será que está com minha mãe? Filhinho?! Ela só tem a mim de filho! Vesti–me e fui correndo ver o que era. Ah, não! Não acredito! Até a senhora mamãe! Adotou um cachorro para chamar de filhinho!
Olha, filho, o mais novo irmãozinho seu...

Crônica elaborada com base na leitura da matéria "Nossa Família Animal", publicada na revista Veja - 22/07/2009.
Quer saber mais? Clique no título da crônica (ou copie e cole esta URL na barra de navegação da Internet): http://veja.abril.com.br/220709/nossa-familia-animal-p-084.shtml

Sobre a autora:
Ângela Maria de Oliveira Boreli, nasceu em Cardoso S.P.em 1968, viúva do 1º casamento, do qual tem um filho maravilhosamente especial. Hoje, conta com o apoio do esposo Celso e, dessa união, teve outro maravilhoso filho. Cardosense, romântica, amiga, simples e apaixonada pela vida e também por filmes de romance e aventura. Não dispensa uma boa leitura e nem de sair com a família. Já foi secretária, vendedora e caixa de supermercado. Estudei em Jales onde conclui a faculdade de Letras. Começou a vida no magistério em , na qual está até hoje. Fez vários cursos de aprofundamento na área, oferecidos pelo Governo do Estado de São Paulo, na Unicamp.
Hoje, é professora de Língua Portuguesa na E.E. Profº Eduardo Silva e de Língua Inglesa na E.E. Maria de Lourdes Maia Frota, ambas em Santa Bárbara d’Oeste.

3 comentários:

  1. Oi Ângela! Que história é essa!? Mas um cachorro irmão ainda é melhor que um irmão cachorro.Mas... adote uma criança. rs, rs...
    Um abraço!
    Cleuzeli

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  2. Oi, gostei muito de sua crônica, e você escreveu algo que na sociedade de hoje está acontecendo, as pessoas preferam cães a flhos, eu já li um texto sobre esse assunto na 6 série, a maior parte das crinças, não concordaram com a ideia, de os cães substituírem os filhos.
    Bjs

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  3. Isabel
    Angela,adorei a sua cronica, acho voce muito criativa.Parabens.

    BEIJOS.

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